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Experiência significativa em gerenciamento de vendas e produção

ATUALIZAÇÃO 4

Aug 23, 2023

(Adiciona a projeção de produção de biodiesel do Brasil e a capacidade de produção de biodiesel da própria Granol)

Por Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) - A trader de grãos norte-americana Cargill buscará aprovação antitruste no Brasil para uma oferta vinculativa para adquirir três plantas de esmagamento de soja em uma tentativa de aumentar a produção de biodiesel e expandir as operações no maior produtor de soja do mundo.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Cargill informou que o negócio envolve fábricas de britagem e biodiesel nas cidades de Anápolis, Porto Nacional e Cachoeira do Sul, além de quatro armazéns. Todos pertenciam à Granol, uma esmagadora de soja privada.

Se o negócio for concretizado, a Cargill terá nove fábricas brasileiras de esmagamento de soja, igualando a Bunge, segundo dados do lobby de oleaginosas Abiove.

A ação da Cargill é um sinal de provável consolidação na indústria local de esmagamento de soja, em um momento de oferta barata de soja, após uma safra abundante. Cerca de 68% do biodiesel do Brasil é produzido a partir da soja, segundo a Abiove, que projeta a produção nacional deste ano do biocombustível em 7 bilhões de litros.

A capacidade de produção de biodiesel da Granol é de 887 milhões de litros anuais nas três fábricas que a Cargill está comprando, segundo o site do vendedor.

Em Junho, a Cargill manifestou interesse em licitar os activos de outra trituradora privada, a Imcopa, que está em falência.

Cargill e Granol se recusaram a divulgar o valor do negócio, alegando confidencialidade relacionada ao processo de aprovação antitruste.

Paula Cadette, filha de um dos fundadores da Granol e diretora-superintendente da empresa, disse por telefone que a idade dos proprietários da empresa e a grande necessidade de capital de giro foram fatores-chave na decisão de vender 100% do negócio de biodiesel da Granol para a Cargill.

A Granol mantém duas fábricas de processamento de soja no estado de São Paulo que produzem óleo e farelo de soja, incluindo uma que tem um acordo de fabricação sob encomenda com a Cargill na cidade de Bebedouro, disse Cadette.

A possível renovação do acordo de portagens com a Cargill ainda está em discussão, acrescentou Cadette.

Após a venda para a Cargill, que, segundo Cadette, levou “alguns anos” para ser negociada, a Granol ficou com 30% de sua capacidade original de moagem de soja em duas fábricas no estado de São Paulo. (Reportagem de Ana Mano em São Paulo; edição de Sharon Singleton, Will Dunham e Matthew Lewis)

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